Poucas são as fontes sobre Salomé, de tal modo que a referência mais substancial continua sendo os Evangelhos.
Assim...
Descreve-se uma festa no palácio de Herodes Antipas, na qual Salomé, sobrinha e enteada do Tetrarca, dança para ele. Entusiasmado com o espetáculo, Antipas compromete-se a lhe dar a recompensa que ela pedir.
Assim, Herodias, mãe de Salomé, instrui a filha para que peça a cabeça do profeta João Batista, pois ele a acusava de adultério por ter deixado seu esposo, Herodes Filipe, para juntar-se ao irmão dele, Antipas.
Herodes Antipas, que empenhara sua palavra, não pôde recusar à exigência da sobrinha, ainda que constrangido e receoso em sua decisão devido ao prestígio de João Batista junto ao povo.
Contudo…
Salomé – Oscar Wilde
Salomé, “Una historia de amor llevado al limite de la locura”, Carlos Saura.
Para Oscar Wilde, o autor da mais famosa peça sobre Salomé, escrita para o teatro e para a atriz francesa Sarah Bernhardt, a personagem é a encarnação da perfídia: amara João, que não a desejou e por isso ela se vingou. Quando lhe trouxeram a cabeça do mártir ela o beijou na boca, desesperada. A peça é tão impressionante e tão contra os costumes da época que foi proibida na Inglaterra, na Áustria, na Suécia e em outros países, tendo sucesso somente na França, onde foi representada em 1896.
“(...) Por que não me olhas, Iocanaan? Teus olhos, que eram terríveis, tão cheios de ódio e escárnio, estão fechados agora. Por que estão fechados? Abre-os! Ergue as pálpebras, Iocanaan! Por que não me olhas? Estás com medo de mim, Iocanaan, e por isso não me olhas? E a tua língua, que era como uma serpente vermelha expelindo veneno, não se move mais, nada diz agora, Iocanaan, aquela víbora vermelha que cuspilhava veneno contra mim? É estranho, não? Como é que a víbora vermelha já não se move?... Consideraste-me ninguém, Iocanaan. Desprezaste-me. Pronunciaste ignóbeis palavras contra mim. Trataste-me como uma meretriz, uma dissoluta, a mim, Salomé, filha de Herodíade, princesa da Judéia! Bem, Iocanaan, eu estou viva; mas tu estás morto e tua cabeça me pertence (...)”
Salomé, “Una historia de amor llevado al limite de la locura”, Carlos Saura.
Para Oscar Wilde, o autor da mais famosa peça sobre Salomé, escrita para o teatro e para a atriz francesa Sarah Bernhardt, a personagem é a encarnação da perfídia: amara João, que não a desejou e por isso ela se vingou. Quando lhe trouxeram a cabeça do mártir ela o beijou na boca, desesperada. A peça é tão impressionante e tão contra os costumes da época que foi proibida na Inglaterra, na Áustria, na Suécia e em outros países, tendo sucesso somente na França, onde foi representada em 1896.
“(...) Por que não me olhas, Iocanaan? Teus olhos, que eram terríveis, tão cheios de ódio e escárnio, estão fechados agora. Por que estão fechados? Abre-os! Ergue as pálpebras, Iocanaan! Por que não me olhas? Estás com medo de mim, Iocanaan, e por isso não me olhas? E a tua língua, que era como uma serpente vermelha expelindo veneno, não se move mais, nada diz agora, Iocanaan, aquela víbora vermelha que cuspilhava veneno contra mim? É estranho, não? Como é que a víbora vermelha já não se move?... Consideraste-me ninguém, Iocanaan. Desprezaste-me. Pronunciaste ignóbeis palavras contra mim. Trataste-me como uma meretriz, uma dissoluta, a mim, Salomé, filha de Herodíade, princesa da Judéia! Bem, Iocanaan, eu estou viva; mas tu estás morto e tua cabeça me pertence (...)”
- Salomé no drama teatral de Oscar Wilde, segurando a cabeça decepada de Iocanaan (João Batista)
Assim como Oscar Wilde, Carlos Saura, prestigiado diretor de cinema espanhol, retrata a história, optando pela paixão de Salomé por João.
Salomé - Carlos Saura:
Trágico, porém, lindo!!!