Voces provavelmente ouviram falar de mais essa maluquice americana. Foi super amplamente discutido ali no finalzinho de 2006, quando lancaram esse documentario chamado Camp Jesus.
http://www.youtube.com/watch?v=5389mUpg_jM
Lembram daqueles acampamentos de verao, onde a grande maioria dos filmes de ferias que nos acompanharam na Sessao da Tarde se passam?! Pois entao. Eis um Camp como aqueles, so que com uma tematica mega-louca religiosa.
E a pior parte eh que o tal do Jesus Camp eh totalmente um sucesso! O que quer dizer que tem zilhoes de pais loucos e retardados que acham lindo mandar os filhos pra lavagem cerebral, por que seus cerebrinhos ja foram totalmente lavadinhos por mr. Edir Macedo e seus asseclas.
Sacra Hostia!!!!!!!!!!
Eu fico com Brian..... e a frente das pessoas da Judeia.
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
domingo, fevereiro 24, 2008
terça-feira, fevereiro 19, 2008
Clovis People
Iniciando a serie "Coisas que eu achei com o nome dos meus amigos", eis the CLOVIS PEOPLE, direto do famoso Field Museum, ca em Chicago!
domingo, fevereiro 17, 2008
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
A diferença
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SARAH VAUGHAN e BEYONCE: a diferença
Comparações são inevitáveis, defendo novamente esse ponto. Música não deve ser competição, é certo, mas é inevitável tecermos paralelos entre artistas e épocas diferentes, comparações estas que possuem um caráter mais ou menos objetivo e mais ou menos subjetivo. Digo isso porque, se de um lado não há como julgar de forma absoluta, e nem existe essa a pretensão, de outro lado a afirmação de gostos é necessária, ou tudo seria igual a tudo, e a lógica e o desejo do aprimoramento na arte não fariam sentido.
Gosto de advogar que, e relação à música de massas, vivemos uma época paradoxal. A "democratização" do acesso à música permite que qualquer adolescente monte sua banda, que qualquer um possa gravar um CD com um mínimo de gasto financeiro, e que qualquer "consumidor" com internet tenha acesso a quase qualquer obra relevante dentro da música popular. Consequentemente, existem muito mais artistas ruins, muito mais artistas razoáveis e, inclusive, muito mais artistas "bons" e "muito bons" por aí. Mas e o "gênio", o excelente, o artista inimitável? Acredito, e isto é opinião pessoal, de que este está em falta no mercado. Isso vale para os artistas da grande mídia, que é o que podemos considerar melhor.
OK. Parei com a chatice introdutória :D
Comparações geralmente são prazerosas. E a comparação estilo "B VERSUS SV", que me dou ao luxo de tecer como leigo (porém sensível) em questões técnicas, é para justificar a opinião acima.
Ah, a discordância é livre!!!
JUSTIFICATIVAS DO EMBATE
1. "É covardia", alguém pode dizer. Deixem-me brincar de analisar.. A escolha das cantoras é coerente poque são extremamente representativas de seu tempo: figuram entre as consideradas mais importantes dos anos 50/60 e dos anos 2000. Foram muito populares, premiadas e aplaudidas por crítica e público.
2. A Beyonce, dentre as cantoras de grande sucesso comercial internacional hoje, é uma cantora realmente competente. Não gosto das músicas dela, mas falo em termos técnicos. É considerada uma das melhores do mundo pop por muita gente entendida, diferentemente das Britneys da vida, que se destacam mais por outros "atrativos".
3. Ambas cantam aqui a mesma música, que por ser um clássico "imortal", de estilo "atemporal", não privilegia ninguém.
4. As execuções são AO VIVO, em 1958 e em 2007, se não me engano. Quem pode, pode.
CONSIDERAÇÕES PESSOAIS
1. Impressão final: Beyonce canta bem. Sarah Vaughan é arrasadora!
2. B. faz uma força incrível nas partes difíceis, SV. parece flutuar nas nuvens o tempo todo.
3. SV tem voz mais sonora, mas forte que B., o que não atrapalha em nada sua suavidade, mais doce que caldo de cana.
4. O "vibrato" de SV é lindíssimo e natural. B. "enfeita", "floreia" a música, faz caras e bocas e não chega nem perto.
5. B. canta com emoção, mas de um jeito espetaculoso, como que para mostrar o que sabe fazer. SV parece mil vezes mais espontânea e segura, com consciência de si, como se não precisasse mostrar nada pra ninguém, apenas cantar.
6. No sentido do item 5: B. parece querer desesperadamente mostrar sua "técnica". BV. não usa seu virtuosismo desnecessariamente, pois sabe que ele é evidente
7. B. é muito afinada. Já SV, bem, a ciência explica?
8. SV tem um estilo marcante e inimitável. B. mescla estilos de 6 ou 7 (isso é um chute) inimitáveis.
9. Vejam a letra da música. Qual sentimento combina mais? Quem expressa melhor isso?
10. A música de B. é "pasteurizada"... O vocal tem uma coleção de efeitos eletrônicos para encorpar, prolongar e purificar a voz. O arranjo é grandioso. SV canta "a seco", com recursos de gravação mil vezes aquém e um bom gosto jazzístico de chorar.
Conclusão.. 10 a 0 para SV. Quis ser justo, de coração!
Mas a B. canta muito bem. Senti-me na obrigação de repetir isso.
Será apenas saudosismo de minha parte?
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SARAH VAUGHAN e BEYONCE: a diferença
Comparações são inevitáveis, defendo novamente esse ponto. Música não deve ser competição, é certo, mas é inevitável tecermos paralelos entre artistas e épocas diferentes, comparações estas que possuem um caráter mais ou menos objetivo e mais ou menos subjetivo. Digo isso porque, se de um lado não há como julgar de forma absoluta, e nem existe essa a pretensão, de outro lado a afirmação de gostos é necessária, ou tudo seria igual a tudo, e a lógica e o desejo do aprimoramento na arte não fariam sentido.
Gosto de advogar que, e relação à música de massas, vivemos uma época paradoxal. A "democratização" do acesso à música permite que qualquer adolescente monte sua banda, que qualquer um possa gravar um CD com um mínimo de gasto financeiro, e que qualquer "consumidor" com internet tenha acesso a quase qualquer obra relevante dentro da música popular. Consequentemente, existem muito mais artistas ruins, muito mais artistas razoáveis e, inclusive, muito mais artistas "bons" e "muito bons" por aí. Mas e o "gênio", o excelente, o artista inimitável? Acredito, e isto é opinião pessoal, de que este está em falta no mercado. Isso vale para os artistas da grande mídia, que é o que podemos considerar melhor.
OK. Parei com a chatice introdutória :D
Comparações geralmente são prazerosas. E a comparação estilo "B VERSUS SV", que me dou ao luxo de tecer como leigo (porém sensível) em questões técnicas, é para justificar a opinião acima.
Ah, a discordância é livre!!!
JUSTIFICATIVAS DO EMBATE
1. "É covardia", alguém pode dizer. Deixem-me brincar de analisar.. A escolha das cantoras é coerente poque são extremamente representativas de seu tempo: figuram entre as consideradas mais importantes dos anos 50/60 e dos anos 2000. Foram muito populares, premiadas e aplaudidas por crítica e público.
2. A Beyonce, dentre as cantoras de grande sucesso comercial internacional hoje, é uma cantora realmente competente. Não gosto das músicas dela, mas falo em termos técnicos. É considerada uma das melhores do mundo pop por muita gente entendida, diferentemente das Britneys da vida, que se destacam mais por outros "atrativos".
3. Ambas cantam aqui a mesma música, que por ser um clássico "imortal", de estilo "atemporal", não privilegia ninguém.
4. As execuções são AO VIVO, em 1958 e em 2007, se não me engano. Quem pode, pode.
CONSIDERAÇÕES PESSOAIS
1. Impressão final: Beyonce canta bem. Sarah Vaughan é arrasadora!
2. B. faz uma força incrível nas partes difíceis, SV. parece flutuar nas nuvens o tempo todo.
3. SV tem voz mais sonora, mas forte que B., o que não atrapalha em nada sua suavidade, mais doce que caldo de cana.
4. O "vibrato" de SV é lindíssimo e natural. B. "enfeita", "floreia" a música, faz caras e bocas e não chega nem perto.
5. B. canta com emoção, mas de um jeito espetaculoso, como que para mostrar o que sabe fazer. SV parece mil vezes mais espontânea e segura, com consciência de si, como se não precisasse mostrar nada pra ninguém, apenas cantar.
6. No sentido do item 5: B. parece querer desesperadamente mostrar sua "técnica". BV. não usa seu virtuosismo desnecessariamente, pois sabe que ele é evidente
7. B. é muito afinada. Já SV, bem, a ciência explica?
8. SV tem um estilo marcante e inimitável. B. mescla estilos de 6 ou 7 (isso é um chute) inimitáveis.
9. Vejam a letra da música. Qual sentimento combina mais? Quem expressa melhor isso?
10. A música de B. é "pasteurizada"... O vocal tem uma coleção de efeitos eletrônicos para encorpar, prolongar e purificar a voz. O arranjo é grandioso. SV canta "a seco", com recursos de gravação mil vezes aquém e um bom gosto jazzístico de chorar.
Conclusão.. 10 a 0 para SV. Quis ser justo, de coração!
Mas a B. canta muito bem. Senti-me na obrigação de repetir isso.
Será apenas saudosismo de minha parte?
terça-feira, fevereiro 12, 2008
sexta-feira, fevereiro 08, 2008
Dá-lhe Eisenbahn!
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Essa notícia foi mandada pelo Tony
Tão imitando nosso teste de cervejas :P
Esses macaquitos alemães!
" A Eisenbahn acaba de ganhar duas medalhas de bronze na competição cervejeira European Beer Star 2007, com as escuras Dunkel (categoria German-Style Schwarzbier) e Weizenbock (categoria South-German-Style Weizenbock Dunkel).
Os sócios da Eisenbahn Jarbas e Juliano Mendes receberam no dia 15 de novembro (quinta) os prêmios na feira BRAU Beviale em Nuremberg, na Alemanha. A Eisenbahn é a primeira cervejaria da América do Sul a ganhar este prêmio.
"É uma honra ganhar um prêmio no país da cerveja, a Alemanha. Principalmente porque a Eisenbahn tem somente 5 anos e estava concorrendo com as melhores cervejas do mundo. Isso mostra que estamos no caminho certo ao nos preocupar com a qualidade, a matéria-prima e o constante investimento em equipamentos e consultores internacionais", diz Jarbas Mendes.
A degustação às cegas foi feita por 54 jurados de 12 países. Eles experimentaram 575 cervejas de 40 categorias diferentes, um aumento de 30% em comparação ao ano anterior. As cervejas vieram de 28 países, sendo sua maioria da Alemanha (62%).
O European Beer Star Award está na quarta edição e elege as melhores cervejas seguindo critérios sensoriais e de "prazer". A competição preza pela bebida única e autêntica. Os vencedores são aqueles que conseguem surpreender os jurados e impressionam pelo sabor, equilíbrio e qualidade. A competição já conquistou prestígio e se tornou um prêmio desejado. "
Vejam: www.eisenbahn.com.br
Essa notícia foi mandada pelo Tony
Tão imitando nosso teste de cervejas :P
Esses macaquitos alemães!
" A Eisenbahn acaba de ganhar duas medalhas de bronze na competição cervejeira European Beer Star 2007, com as escuras Dunkel (categoria German-Style Schwarzbier) e Weizenbock (categoria South-German-Style Weizenbock Dunkel).
Os sócios da Eisenbahn Jarbas e Juliano Mendes receberam no dia 15 de novembro (quinta) os prêmios na feira BRAU Beviale em Nuremberg, na Alemanha. A Eisenbahn é a primeira cervejaria da América do Sul a ganhar este prêmio.
"É uma honra ganhar um prêmio no país da cerveja, a Alemanha. Principalmente porque a Eisenbahn tem somente 5 anos e estava concorrendo com as melhores cervejas do mundo. Isso mostra que estamos no caminho certo ao nos preocupar com a qualidade, a matéria-prima e o constante investimento em equipamentos e consultores internacionais", diz Jarbas Mendes.
A degustação às cegas foi feita por 54 jurados de 12 países. Eles experimentaram 575 cervejas de 40 categorias diferentes, um aumento de 30% em comparação ao ano anterior. As cervejas vieram de 28 países, sendo sua maioria da Alemanha (62%).
O European Beer Star Award está na quarta edição e elege as melhores cervejas seguindo critérios sensoriais e de "prazer". A competição preza pela bebida única e autêntica. Os vencedores são aqueles que conseguem surpreender os jurados e impressionam pelo sabor, equilíbrio e qualidade. A competição já conquistou prestígio e se tornou um prêmio desejado. "
Vejam: www.eisenbahn.com.br
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
O Red Angus
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O Clóvis criança gostava de desenhar, mas desistiu da carreira há uns 15 anos.
Fiz este "boi" ano passado atendendo a pedidos e ontem vi minha mãe com ele pra lá e pra cá. Animais de fazenda não são o tipo de figura que me desperta atenção, mas até que ficou interessante considerando a falta de prática.
Posto para deixá-lo solto, online.
Voe, "rolinha"...
O Clóvis criança gostava de desenhar, mas desistiu da carreira há uns 15 anos.
Fiz este "boi" ano passado atendendo a pedidos e ontem vi minha mãe com ele pra lá e pra cá. Animais de fazenda não são o tipo de figura que me desperta atenção, mas até que ficou interessante considerando a falta de prática.
Posto para deixá-lo solto, online.
Voe, "rolinha"...
terça-feira, fevereiro 05, 2008
Futebol e Carnaval
Oi, povo! E ai, curtindo todas as loucuras sambisticas antes do resguardo da quaresma? Alerto a todos que nao se pode dancar nem beber e muito menos frequentar os bilhares Carajas do mundo nestes quarenta dias de beatitute. Mas o engracado e que nessa terra de gente burra ninguem nem sabe que e carnaval. Tem o mardi gras rolando la em new orleans, e era isso... Na sexta feira peguei um voo pra Washington DC cheio de turistas. O voo fazia escala na capital pra varios destinos, dentre eles, o Rio. Conversei com um casal de brasileiros que tava indo visitar a galera e ver o espetaculo. Eles sao donos de uma loja de artigos de futebol aqui, e tavam me contando que o mercado ta crescendo, especialmente por que as criancas tao comecando a se importar. Mas ai eu vejo o que as criancas aprendem na escola, e como o raciocinio deles nao eh nem minimamente desenvolvido. Explico - minhas kids tao na 4a e na 5a serie. Eles usam a calculadora o tempo todo, magica que so comecamos a usar na faculdade, e olhe la. Essa mastigacao e essa bitola que os americanos insistem em ter se mostra o tempo todo. Nao eh a toa que Homer Simpson mostra exatamente a essencia do que eh um american guy. Domingo rolou o Superbowl, que eh tipo final de copa do mundo pra eles, tirando que nao tem copa do mundo por que ninguem mais no universo joga essa retardadice que eles chamam de football. Bateu todos os recordes de audiencia de todos os tempos. Era o assunto generalizado de toda a aeronave, e aparentemente o piloto era um fanatico que tava mais preocupado com assistir o jogo do que me trazer pra casa. Mas a coisa e que aqui, eles se acham tao no umbigo do universo, que jamais se preocupariam de sair daqui e ir descobrir o que mais existe no planeta. Pra que? Eles podem ir pra Disney, ver a atracao cujo nome me foge agora, e pronto, se dao por satisfeitos e acham que conhecem tudo. Tirei milhoes de fotos na capital americana, e logo comeco a postar coisas e contar das megalomanias no meu blog. Deem uma conferida ^_^ http://gabi57.blogspot.com
Bjs e saudades de toda a galera!
Gabi(zinha)(zuda)
Bjs e saudades de toda a galera!
Gabi(zinha)(zuda)
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Samba da Minha Terra
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S E N S A C I O N A L. Arrepiante e inacreditável... Perco a sobriedade e, embriagado, escrevo este texto admitindo que já assisti à peça literalmente 30 vezes essa semana! (Doido)
A música é o reino da descoberta, quando achamos que temos um "gosto" consolidado o mundo desaba sobre nossas cabeças... Sempre soube que os Novos Baianos fossem (ou tivessem sido) uma banda de respeito, pelo pouco que conhecia, mas não esperava ISSO..
Somos extremamente preconceituosos com a música brasileira, salvo algumas louváveis exceções. Em parte porque somos bombardeados o tempo todo pelos Sertanojos, pelos Inimigos da HP, pelo NX zero etc.. Mas o submundo da música midiática brasileira esconde riquezas inesgotáveis.
Considero esta gravação ao ar livre de 1973 um excelente exemplo de fruto maduro do tropicalismo de Caetano e Gil (+ Mutantes, Tom Zé e companhia). Analisando os porquês (é muito prazeroso analisar os porquês):
a) Porque esta é uma fusão CRIATIVA.. Não é mera cópia empobrecida da música internacional, como já havia antes. Apesar disso, ela é internacionalizante, transcende as fronteiras.
b) Porque esta gravação vai às raízes da música brasileira, mas enriquece-a com elementos do Rock. Não se trata de repetir pela enésima vez o estilo(criando clichês, estereotipando), mas de renová-lo de forma a revalorizá-lo.
c) Tropicalismo é sincretismo. Mas não é uma mistureba gratuita, tão comum hoje. Esta fusão foi extremamente bem sucedida; nela fica a impressão que todos os ingredientes combinam desde sempre... Samba de Dorival Caymmi e guitarra de Hendrix como se fossem irmãos. O próprio fraseado da guitarra passeia entre o samba e o Hard Rock e Hendrix magistralmente, unindo o que tem de bom em cada um. E aquele solinho bem no final, imitando uma cuíca??? Fabuloso
d) Os caras são gigantes tecnicamente e artisticamente. Nem só um, nem só outro.
e) Porque está no seio da cultura de massas! Preza pela qualidade (diferenciando-se dos comercialismos descartáveis), mas coloca o elemento regional em larga escala, ao acesso de todos, inclusive como produto de exportação
...
S E N S A C I O N A L. Arrepiante e inacreditável... Perco a sobriedade e, embriagado, escrevo este texto admitindo que já assisti à peça literalmente 30 vezes essa semana! (Doido)
A música é o reino da descoberta, quando achamos que temos um "gosto" consolidado o mundo desaba sobre nossas cabeças... Sempre soube que os Novos Baianos fossem (ou tivessem sido) uma banda de respeito, pelo pouco que conhecia, mas não esperava ISSO..
Somos extremamente preconceituosos com a música brasileira, salvo algumas louváveis exceções. Em parte porque somos bombardeados o tempo todo pelos Sertanojos, pelos Inimigos da HP, pelo NX zero etc.. Mas o submundo da música midiática brasileira esconde riquezas inesgotáveis.
Considero esta gravação ao ar livre de 1973 um excelente exemplo de fruto maduro do tropicalismo de Caetano e Gil (+ Mutantes, Tom Zé e companhia). Analisando os porquês (é muito prazeroso analisar os porquês):
a) Porque esta é uma fusão CRIATIVA.. Não é mera cópia empobrecida da música internacional, como já havia antes. Apesar disso, ela é internacionalizante, transcende as fronteiras.
b) Porque esta gravação vai às raízes da música brasileira, mas enriquece-a com elementos do Rock. Não se trata de repetir pela enésima vez o estilo(criando clichês, estereotipando), mas de renová-lo de forma a revalorizá-lo.
c) Tropicalismo é sincretismo. Mas não é uma mistureba gratuita, tão comum hoje. Esta fusão foi extremamente bem sucedida; nela fica a impressão que todos os ingredientes combinam desde sempre... Samba de Dorival Caymmi e guitarra de Hendrix como se fossem irmãos. O próprio fraseado da guitarra passeia entre o samba e o Hard Rock e Hendrix magistralmente, unindo o que tem de bom em cada um. E aquele solinho bem no final, imitando uma cuíca??? Fabuloso
d) Os caras são gigantes tecnicamente e artisticamente. Nem só um, nem só outro.
e) Porque está no seio da cultura de massas! Preza pela qualidade (diferenciando-se dos comercialismos descartáveis), mas coloca o elemento regional em larga escala, ao acesso de todos, inclusive como produto de exportação
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