sexta-feira, fevereiro 23, 2007

em portugês

Então devo publicar algo neste belo sarau...escolhi um cara obsecado, por máquinas e anjos e poesia que também sabia falar de amor.
- Senhoras e senhores: Allen Ginsberg!

Canção

O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação

o peso
o peso que carregamos
é o amor.

Quem poderia negá-lo?
Em sonho
nos toca
o corpo
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflige-se
até tornar-se
humano -

Sai para fora do coração
ardendo de pureza
pois o fardo da vida,
é o amor,

mas nós carregamos o peso
cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços
do amor.

Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor -
quer esteja eu louco ou frio,
obsecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
- não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contido
quando negado:

o peso é demasiado

- deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.

Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho -

sim, sim
é isso que
eu queria
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci.


San Jose, 1954
The Green Automobile

Sobre a saudade...

Hoje me peguei pensando sobre um tema saudade....
Saudade! Palavra paradoxal, de muitos significados.... Encanta, desencanta e se manifesta através de sentimentos.... tristeza, angustia, solidão e porque não alegria. A saudade está presente em nosso dia-a-dia, nas lembranças do passado, das pessoas que amamos e dos lugares de onde viemos e por onde passamos.... daquelas que se foram. A saudade está na poesia, na música, na filosofia....
Saudade não tem fim....
Saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu...
Hoje sinto saudade da Yvi... minha aluna querida que se foi....mas que se tranformou num anjo que vive no meu coração...

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Ah, the lonely people!



Como quase toda criança da época, adorava Michael Jackson. Depois, na adolescência, começando a desvendar o mundo da música, passei a abominá-lo e a tudo que considerava "pop", ou seja, música descartável de baixa qualidade... Hoje em dia não vejo mais o Moonwalker como um ídolo do bem ou do mal, mas como um ser humano que fez coisas admiráveis e muita bobagem, artisticamente e, principlamente, como pessoa.

A gravação que o Caetano fez de Billy Jean pareçe captar exatamente esse lado humano. Transfigurada em bossa, o que a valoriza em termos de melodia e letra e elimina sua característica dançante, a música evidencia um lado sensível e criativo do autor por detrás de toda marquetagem e apelo consumista.

Mas a grande sacada é o final, a frase "Aaaaaah, look at all the lonely people!", refrão de "Eleonor Rigby" dos Beatles. É como se estivéssemos pensando "olhem esses solitários, o que são capazes de fazer". E o sentimento é pena. O que faz uma pessoa querer tanto bater recordes de venda de discos, ter multidões a seus pés, isolar-se em um mundo de mentira (o palácio dele, a "Terra do Nunca"), descaracterizar o próprio corpo até a mutilação e abusar de criancinhas? Quanta solidão, que carência doentia!

Esse vídeo ficou muito legal... Uma coisa nostálgica e forte. Como um vídeo de Chaplin, sei lá...

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Chico Buarque - Construção

Para começar...nada como o Chico

Quadrilha


João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Loucura?

loucura? - Charles Bukowski

olha, ele disse, admita.

o quê? perguntei.

quando você vê aquela gorda no supermercado que está escolhendo laranjas, não se sente a fim de ir lá e espremer aquelas ancas feias bem forte apenas para ouvi-la gritar?

do que diabos você está falando,cara? perguntei.

ou quando o garçom te traz teu jantar, não pensapor um instante que poderia matá-lo?

não antes do jantar respondi.

o que estou querendo dizer com isso,ele continuou,é que há uma linha muito tênue entre o que chamamos de sanidade e o que chamamos loucura e que o esforço que fazemos parapermanecer no lado são só é feito para que não sejamos punidos pela sociedade. senão, iríamos frequentemente cruzar essa linha e as coisas seriam muito mais interessantes.

eu não sei do que diabos você está falando, cara,eu disse a ele.

ele apenas suspirou, me olhou e disse, deixa pra lá, amigo.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Um post bem legal!





Tudo começa com uma sugestão: que o post fosse sobre cinema. Eu queria tecer opiniões sobre um filme indicado pelo Clóvis, mas como eu ainda não o vi, ficará em aberto. A linhas abaixo são um mix de opinião, biografia e sinopse de um filme que ambos vimos, e provavelmente muitos outros também. Espero que gostem.

Para quem gosta não apenas de bons filmes, mas também de rock, cabe a sugestão: Johnny e June, de título original "Walk the Line ".

É a história de Johnny Ray Cash, um cantor e compositor americano de música country, conhecido por seus fãs como "O Homem de Preto". Cash se apresentava, na maioria das vezes vestido de preto, calçando uma bota igualmente preta de cano longo, o que o levou a tal apelido. Explicanso se o seu estilo, surge "Man In Black", : "I wear the black for the poor and the beaten down, / Livin' in the hopeless, hungry side of town, / I wear it for the prisoner who has long paid for his crime, / But is there because he's a victim of the times" ("Eu me visto de preto pelos pobres e oprimidos/ Que vivem no lado faminto e sem esperanças da cidade / Eu me visto assim pelo prisioneiro que há muito pagou por seu crime / Mas está ali pois é uma vítima dos tempos").

A biografia filmada, relata desde a sua infância até o início do sucesso em Memphis, onde gravou com Elvis Presley, Johnny Lee Lewis e Carl Perkins, bem como a conturbada vida que tinha, por ser viciado em afetaminas e barbitúricos (uma substância depressora do sistema nervoso central).

Embora praticamente fora de controle, pelo vício, a criatividade frenética de Cash ainda conseguia criar hits. "Ring of Fire" foi um sucesso, alcançando o primeiro lugar nas paradas country, co-escrita por June Carter e Merle Kilgore.

Cash decide, após inúmeros incidentes pessoais e até mesmo complicações com a lei, começar a longa e difícil jornada rumo à reabilitação. Ele se trancou em casa para tentar se desintoxicar, contando com o apoio irrestrito dos amigos e da então esposa, June Carter, também cantora, que ele conheceu em uma turnê. A balada romântica "Flesh and Blood" foi uma das primeiras de inúmeras músicas que Cash dedicaria à sua amada.

June Carter, faleceu de complicações decorrentes de uma cirurgia do coração em 15 de maio de 2003, aos 73 anos de idade. Menos de quatro meses depois, Johnny Cash morreu devido ao diabetes aos 71 anos de idade.

Desde seus primórdios como um pioneiro do rockabilly e rock and roll nos anos 50 à sua transformação em um representante internacional da música country e até sua reconquista da fama nos anos 90 tanto como uma lenda viva como ícone do country alternativo, Cash influenciou incontáveis músicos e deixou um trabalho igualado apenas pelos maiores artistas de sua época.





Bom filme!
K.G.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Pedra do tempo



Essa foi o Roger quem mandou

Ótima! Não tem tecnologia mais eficiente!

domingo, fevereiro 04, 2007

A hard day´s night

Boletim musical

Pois é pessoal, aconteceu nesse dia 02 nosso showzinho (Tiago, Ju e eu) no café matisse

Foi um dia difícil!
Só conseguimos o amplificador emprestado para o baixo na véspera
O captador do violão entrou em curto-circuito no ensaio, horas ante do show
Mais um ensaio cancelado!!!
Achamos mais conveniente comprar um novo violão do que arrumar o antigo. Esse processo de descobrir o problema e encontrar soluções levou mais de duas horas e ansiedade à beça
Durante o show o microfone (que é novo) falhava e ficava mudo em vários momentos, o que ogrigava Jesus a operar milagres como pular pra cima palco, esgueirando-se até a mesa de som.
O violão não parava afinado, afinal cordas novas demoram até ficarem consistentes
O bongô estava mal microfonado
Como quase não houveram ensaios durante a semana houveram vários errinhos bobos
E o som estava ruim na parte técnica

Arffff...

Pra completar, o mano passa mal, com palpitações, o que nos obrigou (eu e Tiago) a entreter o pessoal com várias canções de improviso até a recuperação final do guri

Mas essa noite de um dia difícil, apesar de todos os contratempos, foi muito legal!

Pelos momentos bons do trio, em que a coisa realmente funcionou
Pela empolgação do público, que estava muito divertido
E pricipalmente pela experiência adquirida!

É isso então, comentário crítico do dia 02!
Registrando...