sexta-feira, março 30, 2007

O homem que voou do seu apartamento (1981-88)

Instalação do artista plástico Ilya Kabakov mostra o insólito momento após um homem ter se lançado de seu apartamento.
Num daqueles apartamentos comuns na Rússia comunista onde famílias se empilhavam sem ideia de conforto ou privacidade, este personagem quis fugir de sua vida comum se catapultando, com sua própria invenção, pelo teto do prédio. Rodeado por cartazes que denunciam o contexto político e as condições em que muitos soviéticos viviam, o aposento quebrado no teto, a catapulta humana e as poucas coisas que sobraram, formam a cena de um crime; o crime de querer fugir do comunismo, de sentir-se um Alien. "Ele dizia que não pertencia a este mundo" Depoimento de um vizinho.
A instalação alimenta-se do imaginário nacional russo pela corrida espacial, uma vontade comunitária que torna-se a ação de um homem só. A abertura do quartinho para o espaço destrói a noção de dimensão aludindo ao desejo de libertar-se dos confinamentos e regularizações da vida Soviética assim como a aspiração universal de atingir liberdade pessoal, resistindo a qualquer totalitarismo .
Ainda mais genial de Kabakov é que por trás da cena, há toda a história do homem que se catapultou em Março de 1982 e nunca mais foi encontrado. Acreditava na teoria da pétalas gigantes de energia que poderia levar os seres humanos do planeta Terra para outros planetas quando eles saíssem da órbita.
Estou contando o que ouvi, se é verdade não sei. Daí que vem as histórias fantásticas que povoam nosso imaginário.
Kabakov é um artista de grandes instalações, vale a pena pesquisar um pouco para conhecer mais trabalhos deste cara genial.
Ele tinha até o projeto de sua viagem para não mais voltar:




terça-feira, março 27, 2007

São olhos iguais aos seus



Engenheiros parte II

Dois elogio para esse vídeo

Primeira, Gessinger é autêntico demais! Isso é uma das coisas que mais admiro numa pessoa. Cometer erros, passar por antipático, ter quinhentos defeitos, mas com a autenticidade acima de tudo. A veracidade, coisa que fascina num cotidiano tão dissimulado. Parece que eles estão a vontade ensaiando e conversando com as pessoas numa garagem, longe das câmeras.

Segundo, as letras dos Engos expressam essa veracidade á flor da pele, as palavras parecem vivas. A maior parte delas, são para mim profundamente tocantes. Como quando tu ouves uma música tem a sensação de que ela está falando pra ti, de ti, da tua vida. Verdade do sujeito.

Essa, na sua simplicidade, tem o efeito de um parto
Aquele pensamento que vai e sempre volta, e que vc sempre quis externalizar até que surge, de forma repentina e um pouco dolorosa mas prazerosa ao mesmo tempo.
Poucas palavras mas reais, plausíveis, aquela beleza do óbvio que se resgata, de um sentimento cotidiano e perturbador que, expurgado, ganha forma.

Olhos iguais aos seus

Uma nuvem cobre o céu
Uma sombra envolve o seu olhar
Você olha ao seu redor
E acha melhor parar de olhar
São olhos iguais aos seus
Iguais ao céu ao seu redor
São olhos iguais aos seus

O que faz as pessoas parecerem tão iguais?
Por que razão essa igualdade se desfaz?
Qual é a razão desse disfarce no olhar?

O que faz as pessoas parecerem tão iguais?

O que fazem as pessoas para serem tão iguais?

sábado, março 24, 2007

Herdeiro da Pampa Pobre



Olha o que eu achei no Youtube.
Bons tempos.

"Bah, ele gosta de engenheiros", tem gente que me diz. Adoro mesmo. E é inevitável, eu sempre fico pensando: Bah, é um power trio. Bah, eles tocavam muito. Bah, era fora do eixo rs/sp. Bah, no Brasil não se faz mais rock como antigamente (perdoem-me as excessões e os dicordantes, afinal, gosto é gosto).

Sinceramente acho era nada de exagero na comparação do fãs na época. É uma brincadeira, mas é verdadeira. Se o Rush fizesse hardrock "nativista" não faria melhor.

"Gosto não se discute? Mas a própria vida é uma discussão de gostos!" Ass. Nietzsche

O pulso ainda pulsa

Boletim informativo: o pulso do rei do Côco está melhorando, está tudo sob controle he he.. E que coisa heim, novamente na enfermaria! Vai explicar uma coisa dessas... Dessa vez não teve nada a ver com côcos. A propósito, quando levei o tombo o jogo estava 4 a 4 e o final da partida foi 9 x 4 pra "eles"!

domingo, março 18, 2007

Exigências da vida moderna (Luís Fernando Veríssimo)

Bom texto...

Exigências da vida moderna (Luís Fernando Veríssimo)

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.

Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.

Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.

Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.

Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...

E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.

As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.

Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.

Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.

Ah! E o sexo !
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.

Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta são 29 horas por dia.

A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!
Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher na cama.

Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.

Agora tenho que ir

É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal...
Tchau....
Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.

quarta-feira, março 14, 2007

Coisa mais linda!

Pessoas... poesia de tanta sensibilidade, leveza e senso de totalidade como esta, sei não ein! Então vamos curtir...

EXTRAVIO

Onde começo, onde acabo,
se o que está fora está dentro
como num círculo cuja
periferia é o centro?

Estou disperso nas coisas,
nas pessoas, nas gavetas:
de repente encontro ali
partes de mim: risos, vértebras.

Estou desfeito nas nuvens:
vejo do alto a cidade
e em cada esquina um menino,
que sou eu mesmo, a chamar-me.

Extraviei-me no tempo.
Onde estarão meus pedaços?
Muito se foi com os amigo
que já não ouvem nem falam.

Estou disperso nos vivos,
em seu corpo, em seu olfato,
onde durmo feito aroma
ou voz que também nao fala.

Ah, ser somente o presente:
esta manhã, esta sala.

Ferreira Gullar
Muitas Vozes, 1999

domingo, março 11, 2007

Sunday Bloody Sunday by Bush

http://www.youtube.com/watch?v=4kKN92DASn0


Bush cantando Sunday Bloody Sunday do U2
Que sarro!

sexta-feira, março 09, 2007

Don't Worry, Be Happy

'Cause when you worry your face will frown
And that will bring everybody down
Don't worry, be happy
Don't worry, be happy now!

:)


quinta-feira, março 08, 2007

ROCKS OFF: Rolling Stones Cover - It´s Only Rock and Roll



Banda Cover de Rolling Stones de Blumenau com meu amigo Klauss encarnando Jagger!

Muito baita o trabalho da banda, que é cover mesmo, com direito a toda parte cênica e caracterização dos personagens, sem falar da somzeira.

Vídeo gravado no "Donna D Pub" em Blumenau.

Sucesso pra vcs
Daqui alguns dias devem estar em Lages, Floripa e Balneário, certo? :>)

quarta-feira, março 07, 2007

Gabi dançando!



Que linda essa minha maninha
Little child...
Créditos para o Ju, a montagem ficou ótima
Mas também... A modelo ajuda né?? :)

Sobre Anaïs Nin

Escritora francesa de sangue cubano, viveu e trabalhou na Europa e Estados Unidos, principalmente em Nova Iorque e Los Angeles. Foi em 1941 para os Estados Unidos onde trabalhou como dançarina e modelo. Estudou psicanálise com Otto Rank, praticou o ofício por algum tempo e foi paciente de Carl Jung.
Já estava no caminho da escrita erótica mas encontrava muita dificuldade em publicar até que em 1935 foi ajudada pela editora francesa Siana. Mas com a eclosão da segunda guerra, teve que voltar a Nova Iorque.
Foi uma figura literária obscura por muito tempo. Manteve seus diários desde 1931 só conseguindo publicá-los em 1966, quando chega à olhos públicos. Os dez volumes de O diário de Anaïs Nin tornaram-se famosos. Porém eram mais do que simples diários, cada volume tinha um tema, uma mistura de ficção com realidade. Cartas de amigos íntimos e também as correspondências que mantinha com Henry Miller foram publicadas. A popularidade desses diários trouxe interesse à suas obras publicadas anteriormente, Delta de Venus e Pequenos Pássaros, escritos nos anos 40 mas publicados somente depois de sua morte (1974,1979).
Numa época de mudanças comportamentais por todo o mundo, Anaïs Nin ficou conhecida pelos seus vários amantes, Henry Miller, Edmund Wilson, Gore Vidal e Otto Rank. Seu marido Hugh Guiller, artista nova iorquino, acabava tolerando seus casos. Teve outro casamento bígamo com Rupert Pole com quem viveu até seus ultimos dias e viu a publicação da nova edição de seus diários.
As idéias de Anaïs Nin sobre a natureza "masculina" e "feminina" influenciaram uma parte do movimento feminista conhecido como "feminismo diferente".
Mais tarde ela se afastou do feminismo político, acreditando que o auto conhecimento através da escrita era a fonte da libertação pessoal.
A cima de qualquer julgamento, Anaïs Nin foi uma mulher livre. Não digo que não tenha sido atormentada pela culpa, pela divisão de um amor e outro, pelos questionamento a cerca do sexo e do amor. Em sua liberdade teve a coragem de publicar suas histórias eróticas adornadas de muito lirismo e delicadeza.

E pra gente pensar um pouco:
"We do not see things as they are, we see them as we are"

terça-feira, março 06, 2007

Pensei numa música...mas músicas são escritas para serem cantadas.
Pra vocês então, uma lindeza de Anaïs Nin que é para ser vista em nossa imaginação:

(...) Quando ele retornou ao seu cantar, uma teia invisível já havia sido tecida entre os olhos dos dois. Ela já não observava as mãos dele em cima da pele do tambor, mas sim sua boca. Seus lábios eram cheios, assim mesmo, carnudos, mas de desenho firme, embora a maneira como os ostentava fosse como uma oferta de fruta. Jamais se fechavam por completo nem se retraíam pela mais leve contração, senão que permaneciam ofertados.
Seu cantar lhe era oferecido nesse cálice de sua boca, e Sabina o bebia atentamente, sem derramar uma gota desse encanto de desejo. Cada nota era o roçar de sua boca sobre ela. Seu cantar exaltou-se e o tamborilar ficou mais profundo e cortante, chovendo sobre o coração e o corpo de Sabina. Tum-tum-tum-tum-tum em seu coração, ela era o tambor, sua pele estava esticada sob as mãos dele, e o toque do tambor vibrava pelo resto do seu corpo. Onde quer que ele fixasse os olhos, ela sentia o bamborilar de seus dedos no estômago, nos seios, nos quadris. Os olhos dele fixaram-se nos desnudos pés de Sabina, metidos em sandálias, e eles tocaram um ritmo de resposta. Os olhos dele fixaram-se na cintura torneada onde os quadris começavam a se dilatar, e ela se sentiu possuída por uma canção. Quando ele parou de tocar o tambor, deixou as mãos estendidas sobre o couro, como se não quisesse tirá-las do corpo de Sabina, e os dois continuaram a se encarar e então se separaram como que receando que todos estivessem visto o desejo que brotava entre ambos. "

Fragmento de Uma espiã na casa do amor - 1959

Só para saber um pouquinho:Anaïs Nin (1903 - 1977), escritora francesa que tornou-se famosa por publicar seus diários pessoais escritos desde os 12 anos de idade. Teve um caso com Henry Miller e o romance acabou em filme, Henry & June.

fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.


HEY BULLDOG!!!

HEY BULLDOG!!!



HEY BULLDOG

Sheep dog standing in the rain
Bull grog doing it again
Some kind of happiness is
measured out in miles
What make you think you're
something special when you smile

Childlike no on understand
Jack knife in your sweaty hands
Some kind of innocence is
measured out in years
You don't know what it's like
to listen to you fears

You can talk to me
You can talk to me
You can talk to me
If you're lonely, you can talk to me

Big man walking in the park
Wigwam frightened of the dark
Some kind of solitude is
measured out in you
You think you know but you haven't got a clue

You can talk to me
You can talk to me
You can talk to me
If you're lonely, you can talk to me

quinta-feira, março 01, 2007

Pai, afasta de mim esse "cale-se"...

...de vinho tinto de sangue!



A excepcional "Cálice" de Chico Buarque e Gilberto Gil, ao contrário da maior parte das músicas subversivas de Chico, que tinham mensagens ocultas, disfarçadas por duplos sentidos, é direta e incisiva em seu repúdio à censura promovida pela ditadura militar nos anos 70. Não por acaso a execução da música fora proibida em solo nacional.

No show PHONO 73, promovido em maio de 1973 pela gravadora Phonogram (hoje Polygram) no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, os autores inteligentemente decidiram cantar apenas a melodia, em alusão à palavra "CALE-SE".

E os microfones foram misteriosamente desligados!

Herança de uma época em que havia um pouco mais de resistência às diversas formas de submissão

No mistério do sem-fim

No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta

Cecília Meirelles

Poesia do Cháves

Para descontrair um genial versículo do Cháves!
Sim, aquele mesmo, do seriado
O Cháves do 8!
ha ha ha

"E volta o cao arrependido
Com suas orelhas tao fartas
Com seu osso roido
E com o rabo entre as patas"

Será que alguém lembra disso?