terça-feira, setembro 30, 2008

“Es muss sein” Tem de ser Assim!


"Será atroz o peso e belo a leveza? O mais pesado fardo nos esmaga, nos faz dobrar sobre ele. Porém, quanto mais pesado o fardo, mais perto da terra está nossa vida e mais real e verdadeira ela é.
Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve que o ar, com que ele voe, distancie-se da terra, com que ele se torne semi-real, que seus movimentos se tornem tão livres quanto insignificantes.
(...)
Para Parmênides, o universo está dividido em duplas de contrários: a luz e a obscuridade, o grosso e o fino, o quente e o frio, o ser e o não ser. Um dos pólos da contradição é positivo. (O claro, o quente, o fino, o ser), o outro negativo.
Ao contrário de Parmênides, Beethoven considerava o peso como algo de positivo. “Der schwergefasste Entschluss”, a decisão gravemente pesada está associada à voz do destino. O “Es muss sein” (tem de ser assim), o peso, a necessidade e o valor são três noções íntima e profundamente ligadas: só é grave aquilo que é necessário, só tem valor aquilo que pesa. Essa convicção nasce da música de Beethoven; todos nós a compartilhamos de uma certa forma hoje em dia: para nós o que faz a grandeza de um homem é carregar seu destino como Atlas carregava sobre os ombros a abóbada celeste. O herói de Beethoven é um halterofilista que levanta pesos metafísicos”.

No livro “A Insustentável Leveza do Ser” esta discussão surge mediante o encontro de seus personagens principais. Com o desenvolvimento da história, esta idéia do “Es muss sein”, tem que ser assim, é carregado dentro da idéia do destino, ou talvez um conformismo diante de uma situação e também, quem sabe, significando a força do peso de uma escolha.
A trama toda acontece na Tchecoslováquia, que com advento da “Primavera de Praga” estava aberta a uma mudança radical na região de influência da União Soviética. Assim, diversos setores sociais se manifestaram em favor da rápida democratização. A União Soviética, temendo uma Tchecoslováquia democrática e socialista, independente da influência soviética e com garantias de liberdades à sociedade, invade e ocupa Praga, a capital.
Em meio a esta turbulência nos absorvemos com o encontro de Tomas e Tereza. O ess muss sein aqui tem a conotação de ela “ter de ser” sua mulher por uma força do destino. Como se por conta própria nada o tivesse conduzido até ela e assim teve de ser. No momento em que escolheu ficar com ela a outra possibilidade ficou irremediavelmente perdida. Este é o peso da decisão. No entanto, o interessante é a constatação do acaso. As situações fortuitas do dia-a-dia que acabam por gerar encontros e desencontros. Neste caso trouxe Tereza à Tomas por meio de seis acasos.



(...)“ Sete anos antes, um caso difícil de meningite aparecera por acaso no hospital da cidade onde morava Tereza, e o chefe do departamento onde Tomas trabalhava havia sido chamado com urgência para uma consulta. Mas, por acaso, o chefe do serviço estava com ciática, impossibilitado de se mexer, e mandou Tomas em seu lugar a esse hospital de província. Havia cinco hotéis na cidade, mas Tomas hospedou-se por acaso no hotel em que Tereza trabalhava. Por acaso, tinha um momento disponível antes da partida do trem, e foi sentar-se no restaurante. Tereza por acaso estava trabalhando, e por acaso servia a mesa de Tomas. Foram necessários seis acasos para impelir Tomas até Tereza.”

E assim teve de ser. Es muss sein. Ele a escolheu.


Isto me faz pensar que embora a nossa vida cotidiana esteja cercada de acasos, dentro de cada situação nos é dado a possibilidade de decidir frente a todos eles. Além disso, é preciso estarmos atentos a eles, pois, muitas vezes, podemos não os perceber e nos privarmos de um incontável número de possibilidades. Assim, terminamos por limitarmos a dimensão da própria vida.
Se tudo que fizéssemos pudesse se repetir, curioso seria experimentar a cada vez a outra eventualidade e então depois comparar os resultados. Entretanto, como esta experiência não é possível, todas as possibilidades pensadas serão apenas um jogo racional de hipóteses imaginárias. Com isso, temos que assumir o peso da escolha com tudo o que ela significa.
As conseqüências destas escolhas, a meu ver, são mais leves. Depois de termos decidido o que fazer o conflito principal, fazer/não fazer, que nos envolve com a cortina da insegurança e instabilidade, tem seu fim. Deste modo, a tendência é de que nos tornemos mais leves. Mesmo que as escolhas sejam graves e que portanto as conseqüências difíceis. Ficamos mais leves pelo fato de termos tirado o peso que carregávamos. Neste caso teríamos um - leve pesado ou um - leve mas nem tanto.
O que tem mais valor? A escolha ou o caminho a ser trilhado? Para mim os dois são importantes. A escolha exige decisão e renúncia. O caminho, por sua vez, atenção e cuidado permanente. É perigoso dizer o que é mais relevante na medida que os dois são elementos essenciais na vida dos indivíduos.
Os exemplos de decisão + caminho são inifindáveis durante a nossa vida. Alguns mais relevantes que outros. O fato é que estamos constantemente fazendo escolhas e todo conjunto destas escolhas tornam quem nós somos!
Cabe a nós fazermos BOAS ESCOLHAS!!! =)

Es muss sein!!!
...REVOLUTION...

terça-feira, setembro 23, 2008

Exclusivissimo! David Gilmour live in Gdansk

Diretamente dos cinemas norte-americanos para o youtube e para a telinha do seu pc =D Hoje eh a estreia mundial do novo do Gilmour, live in Gdansk. E ontem estreou no cinema aqui nos EUA o DVD. So tinha vinte e tres pessoas, contando comigo, no cinema, e era one night only, e foi pouquissimo divulgado (li no proprio site do Gilmour). Mas foi uma experiencia totalmente fodonica ver o dvd do jeito que ele foi feito pra ser visto, com uma qualidade de som mega fodonica e uma tela gigante e enorme. Obviamente levei minha camera, e muito escondidamente, filmei tudo. Ta aqui o primeiro dos muitos que ainda colocarey no youtube no decorrer do periodo. Enjoy =D Tem coisas que so uma gabizuda "no estrangeiro" pode fazer por vc! HAHAHAHHAAH!

Legal que a performance do Wright foi de fato fodona, e ele foi super aclamado. No inicio rolou um minutinho de silencio com aquele texto do gilmour que postei outro dia. Que massa ne? Encerra-se assim o ciclo da semana prolongada RW.

sexta-feira, setembro 19, 2008

Livro ou Filme?

Antes de começar a contribuir para a construção do Sarau, eu gostaria de me apresentar já que sou uma novidade entre o grupo.

Meu nome é Isabel Pinheiro de Paula Couto. Muito Prazer! =)

O Blog está de parabéns! Muita diversidade cultural de bom gosto. Penso que esta troca de opiniões, pensamentos e acontecimentos é fundamental para o crescimento e o enriquecimento humano de qualquer pessoa. Por isso, acho que será super bom poder participar e compartilhar idéias com vocês.

Meu primeiro post tem relação com uma temática que venho pensando há dias...
Livro ou filme? O que é melhor? Sempre tive a idéia de que o livro é superior ao filme. Por vários motivos. O livro nos provoca a imaginação, nos faz dar vida a história com os traços que aguçamos dentro de nós mesmos, enriquece o nosso vocabulário, às vezes, nos leva longe. Conhecemos culturas as mais diversas, pessoas de todos os tipos e, dependendo do livro, podemos entender todo o momento histórico de uma geração. Não cabe aqui enumerar tudo que ganhamos a partir deste nosso e tão fundamental companheiro livro: inúmeras possibilidades.

O filme, por sua vez, dá vida a tudo isto que criamos em nosso mundo imaginário. Traz às pessoas já traçadas, ilustra os lugares, nos envolve com a música [ =) Aaaah, a MÚSICA!!! ] O filme dá toda a forma, com suas sombras e cores para todos os fraseados e pontilhados. Tem uma beleza diferente. Nos traz pronto o conjunto da obra. Precisamos apenas observar e sentir a vibração entre atores/ atores e fotografia/ luzes e sombras/ sons e silêncio.

O que é melhor então? Depende. Acho que concluí. Rsss (Acho e concluí ficou estranho), mas o que quero dizer é que fico confusa porque, às vezes, ao me deparar com certos artistas percebo que não se pode generalizar. Eles nos fazem questionar justamente isto que venho martelando durante a semana. Livro ou filme? A obra a qual me refiro neste caso em particular é: Morte em Veneza, de Thomas Mann; ilustrada em filme por Luchino Visconti.

Não sei se vocês já leram ou se já assistiram ao filme, por isso trago para vocês uma cena específica que a meu ver é auto-explicativa. Pode-se sentir a atmosfera densa e trágica do enredo da história. Além da belíssima fotografia, temos um ator esplêndido que sabe transmitir perfeitamente o momento vivido dentro do livro. Uma verdadeira maravilha!

Esta cena em particular no livro é descrita em mais ou menos 20 páginas... (que loucura!!!) que Luchino Visconti ilustra com a belíssima e envolvente música de Gustav Mahler... arf arf... é de perder o fôlego!!!

Assim, livro e filme caminham juntos como espelho e reflexo. É assim que penso, mas há livros e livros... filmes e filmes.

Fica a indagação para vocês também: Livro ou filme?


MORTE EM VENEZA:

*Para saber mais sobre o filme:

http://www.contracampo.com.br/68/morteemveneza.htm

*Sobre o livro:
http://recantodasletras.uol.com.br/resenhasdelivros/863153

Por falar em filme, uma dica de filme para hoje: Camelos Também Choram. Vai passar na TV Cultura às 23h:30 =)

quinta-feira, setembro 18, 2008

The Great Gig in the Sky

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Obra-prima floydiana de Rick Wright, com seus teclados sentimentais e inspirados e vocais de Clare Torry.
Música que não poderia faltar na semana RW!

Us And Them

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Prosseguindo com a série Rick Wright, a faixa mais longa do Dark Side Of the Moon.



Us and Them foi composta em parceria com Roger Waters, mas é "a cara" de Rick Wright, pelo andamento, progressão dos acordes, a leveza e o marcante órgão HAMMOND. É um momento épico, mesmo em se tratando de um Álbum tão incessantemente badalado ao longo das décadas. A voz principal é de Gilmour, acompanhada pelo próprio Wright. O fabuloso solo de sax dispensa comentários.
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quarta-feira, setembro 17, 2008

Rick Wright murio!

E eu, que dei a noticia, fui a ultima a postar. Haja vergonhices! Aqui nos EUA o megafodonico canal VH1 Classic passou trocentos especiais Floydianos. foi lindo =D Achei mto legal oq o Gilmour escreveu:
No one can replace Richard Wright. He was my musical partner and my friend. In the welter of arguments about who or what was Pink Floyd, Rick's enormous input was frequently forgotten. He was gentle, unassuming and private but his soulful voice and playing were vital, magical components of our most recognised Pink Floyd sound.
I No one can replace Richard Wright. He was my musical partner and my friend. In the welter of arguments about who or what was Pink Floyd, Rick's enormous input was frequently forgotten.He was gentle, unassuming and private but his soulful voice and playing were vital, magical components of our most recognised Pink Floyd sound.
I have never played with anyone quite like him. The blend of his and my have never played with anyone quite like him. The blend of his and my voices and our musical telepathy reached their first major flowering in 1971 on 'Echoes'. In my view all the greatest PF moments are the ones where he is in full flow. After all, without 'Us and Them' and 'The Great Gig In The Sky', both of which he wrote, what would 'The Dark Side Of The Moon' have been? Without his quiet touch the Album 'Wish You Were Here' would not quite have worked.

In our middle years, for many reasons he lost his way for a while, but in the early Nineties, with 'The Division Bell', his vitality, spark and humour returned to him and then the audience reaction to his appearances on my tour in 2006 was hugely uplifting and it's a mark of his modesty that those standing ovations came as a huge surprise to him, (though not to the rest of us).

Like Rick, I don't find it easy to express my feelings in words, but I loved him and will miss him enormously.

David Gilmour
Monday 15th September 2008

Alo, alguem mais identificou um estrelisminho tipo eu sou o foda e ele ate que eh legal mas fica na sombra? ahhaahhahaha Falando em Gilmour, vou ver o novo DVD dele NO CINEMA =D nao eh o maximo? Ah, e pra encerrar, comentemos a tragedia do dolar que ficou 1.86 nessa maldita segunda feira na qual o home fez a "passagem". maldicao. foi bem o dia que fechou minha fatura. aiaiai. VOLTO PRA CASA ENTRE 27 E 29 DE DEZEMBRO! Desembarque em floripa. TEJE LA =D

segunda-feira, setembro 15, 2008

Morre Richard Wright, tecladista e fundador do Pink Floyd

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL760439-7085,00-MORRE+RICHARD+WRIGHT+TECLADISTA+E+FUNDADOR+DO+PINK+FLOYD.html


Morre Richard Wright, tecladista e fundador do Pink Floyd

Músico estava com 65 anos e sofria de câncer.
Informação foi confirmada por porta-voz da banda.

Do G1, com agências

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O músico e tecladista Richard Wright, um dos fundadores do grupo de rock progressivo Pink Floyd, morreu nesta segunda-feira (15). A informação foi revelada por um porta-voz do grupo. Wright estava com 65 anos e sofria de câncer.

"A família de Richard Wright, membro fundador do Pink Floyd, anuncia com grande tristeza que Richard morreu hoje, depois de uma rápida batalha contra o câncer", disse seu porta-voz em um comunicado. "A família pediu que sua privacidade seja respeitada nesta hora difícil."

Wright conheceu os também membros do Pink Floyd Roger Waters e Nick Mason na faculdade. Juntos eles formaram a banda Sigma 6, que viria a se tornar o Pink Floyd.

Roger Waters, Nick Mason, Syd Barrett e Richard Wright em fotografia feita em março de 1967. (Foto: AP)

O músico compôs algumas das principais canções do grupo, incluindo "The great gig in the sky" e "Us and them", do clássico "The dark side of the moon", de 1973.

Instrumentista talentoso, Wright lançou seu primeiro álbum solo em 1978, batizado de "Wet dream". No início da década de 1980, deixou o Pink Floyd e formou a banda Zee.

Já em 1987, o músico retornou ao Floyd para o álbum "A momentary lapse of reason". Sua última apresentação com os integrantes remanescentes da banda foi em 2005, no festival Live 8, em Londres.

Salva de palmas

O vocalista David Gilmour, que se juntou à banda em 1968 logo após a saída de Syd Barrett, escreveu uma nota em seu blog nesta segunda-feira lamentando a morte do companheiro: "Eu realmente não sei o que dizer além de que ele era um homem amável, gentil e genuíno e que fará uma falta terrível a tantos que o amavam. E são muitas pessoas. Não era ele quem ganhava as maiores salvas de palmas ao final de cada show em 2006?", lembrou.

Berlusconi veta filme sobre Bush

Fonte: http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=4305

[Segunda-Feira, 15 de Setembro de 2008 às 12:09hs]

O novo filme de Oliver Stone, "W", que retrata a vida de Bush antes de chegar à presidência dos EUA, não vai abrir o Festival de Roma porque Silvio Berlusconi não gostou da idéia. Por outro lado, o filme "Il sangue dei vinti", do italiano Michele Soavi, baseado num livro de Giampaolo Pansa que fala nos "crimes perpetrados pelos partisans (espécie de resistência italiana) depois do fascismo, será um dos "eventos especiais" do Festival.

"Estávamos negociando com o Festival de Roma quando os organizadores comentaram que Berlusconi era um grande defensor de Bush e não iria gostar que o filme abrisse o Festival", afirmou fonte da agência DDA, promotora do filme, ao diário La Repubblica.

O filme, que conta a história de como George W. Bush, um jovem alcoólico, se tornou Presidente dos Estados Unidos, foi várias vezes anunciado pela imprensa italiana como o filme de abertura do Festival de Cinema de Roma, que acontece entre 22 e 31 de outubro. Mas, perante a recusa, a promotora ofereceu a projeção do filme ao Festival de Londres, onde vai estrear no dia 23 de setembro.

Assista ao trailer o filme



segunda-feira, setembro 08, 2008

Citações - Humor

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Uma pequena coleção de frases sobre humor/alegria...
Se quiserem acrescentar algo..

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“A alegria é a verdadeira prova dos nove”.
Oswald de Andrade.

“Humor é a quintessência da verdade”.
Millôr Fernandes.


“Quem é incapaz de troçar de si mesmo não é uma pessoa séria”.
Christian Morgenstern.

“Humor é o caos emocional relembrado num momento de tranqüilidade”.
James Thurber.

“Há duas ofensas que o homem não agüenta: a afirmação de que não tem humor e a de que não tem preocupações”.
Sinclair Lewis.

“O homem é um animal que ri – e é rindo que mostra o animal que é”.
Millôr Fernandes.
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quarta-feira, setembro 03, 2008

Tom & Jerry - Rapsódia Húngara no 2 de Liszt

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Um dos primeiros Tom e Jerry! Quando me apaixonei por essa música depois de grande não lembrava de onde conhecia.. E aqui está he he.. Uma pequena obra de arte esse desenho