sexta-feira, abril 27, 2007
Toccata & Fuga de Bach, por Karl Richter
Tocata e fuga em Ré Menor é uma daquelas produções sublimes da história da música candidatas à perpetuidade.
Saturados de “rasgar seda” por pouca coisa, de superestimar qualquer produção artística por falta de critério, ou em virtude da nossa carência de referências num mundo bagunçado pela uniformização dos gostos e pela banalização dos ofícios, só nos resta buscar na sobriedade o veículo pertinente para a exaltação do gênio...
Num exercício figurativo, pode-se retratar a peça como um ponto de culminância, o momento em que, num recorte espacial e temporal, a genialidade de Johann Sebastian Bach, o compositor reverenciado por tantas gerações, converge com o auge do desenvolvimento do “rei dos instrumentos”, o órgão, e com o auge do desenvolvimento da forma TOCCATA, peça de música erudita para órgão de origem renascentista e difundida no barroco, de execução freqüentemente dificílima (o que mais a caracteriza, além das características mencionadas, não o sei; busquemos auxílio de especialistas).
Para encerrar, “em virtude da hora”, vale lembrar que talvez o que melhor caracterize uma obra como “clássica” seja o fato de que revivê-la jamais pareça impróprio!