quarta-feira, março 07, 2007

Sobre Anaïs Nin

Escritora francesa de sangue cubano, viveu e trabalhou na Europa e Estados Unidos, principalmente em Nova Iorque e Los Angeles. Foi em 1941 para os Estados Unidos onde trabalhou como dançarina e modelo. Estudou psicanálise com Otto Rank, praticou o ofício por algum tempo e foi paciente de Carl Jung.
Já estava no caminho da escrita erótica mas encontrava muita dificuldade em publicar até que em 1935 foi ajudada pela editora francesa Siana. Mas com a eclosão da segunda guerra, teve que voltar a Nova Iorque.
Foi uma figura literária obscura por muito tempo. Manteve seus diários desde 1931 só conseguindo publicá-los em 1966, quando chega à olhos públicos. Os dez volumes de O diário de Anaïs Nin tornaram-se famosos. Porém eram mais do que simples diários, cada volume tinha um tema, uma mistura de ficção com realidade. Cartas de amigos íntimos e também as correspondências que mantinha com Henry Miller foram publicadas. A popularidade desses diários trouxe interesse à suas obras publicadas anteriormente, Delta de Venus e Pequenos Pássaros, escritos nos anos 40 mas publicados somente depois de sua morte (1974,1979).
Numa época de mudanças comportamentais por todo o mundo, Anaïs Nin ficou conhecida pelos seus vários amantes, Henry Miller, Edmund Wilson, Gore Vidal e Otto Rank. Seu marido Hugh Guiller, artista nova iorquino, acabava tolerando seus casos. Teve outro casamento bígamo com Rupert Pole com quem viveu até seus ultimos dias e viu a publicação da nova edição de seus diários.
As idéias de Anaïs Nin sobre a natureza "masculina" e "feminina" influenciaram uma parte do movimento feminista conhecido como "feminismo diferente".
Mais tarde ela se afastou do feminismo político, acreditando que o auto conhecimento através da escrita era a fonte da libertação pessoal.
A cima de qualquer julgamento, Anaïs Nin foi uma mulher livre. Não digo que não tenha sido atormentada pela culpa, pela divisão de um amor e outro, pelos questionamento a cerca do sexo e do amor. Em sua liberdade teve a coragem de publicar suas histórias eróticas adornadas de muito lirismo e delicadeza.

E pra gente pensar um pouco:
"We do not see things as they are, we see them as we are"