Pessoalmente, considero que falar abertamente da mediocridade é uma forma de estar acima dela, de envergonhá-la. Sinto como uma honesta demonstração de energia, de vitalidade rir dos próprios defeitos. Também pode ser um sinal de saúde, apesar de tudo, ter consciência de que damos importância demais às aparências, ao status social, aos bens de consumo e às inutilidades ruidosas do nosso dia-a-dia frente ao amor, à amizade, à sensibilidade, à aventura e a tudo que é autenticamente humano.
Sinal de alegria, porque faz lembrar que as coisas não precisam ser como são. Que, independente de, como dizem, o mundo ser "errado", cheio de infortúnios, cheio de “injustiças”, eu posso transformar o meu ambiente, meu pequeno mundo, em como eu gostaria que ele fosse (Nothing is gonna change my Word). Justamente pelo fato de que minhas concepções são diferentes da média é que elas possuem mais valor. E minhas atitudes têm valor quando prestam contas às minhas mais verdadeiras concepções, não às concepções da média.
Por isso é tão importante não apenas viver intensamente, mas pensar um pouco no que significa viver intensamente... E sentir que não apenas se sobrevive, mas que se vive de fato. E viver momentos intensos. Intensamente tranqüilos, intensamente brandos, intensamente agitados, alegres ou indignados como um bom rock, intensamente sensuais, dolorosos ou deliciosos como um bom blues. Compartilhemos opiniões, situações, vivências. A regra é não fazer da vida uma regra, mas uma descoberta, o pasmo essencial de uma criança frente a cada novo e maravilhoso mundo.