segunda-feira, junho 18, 2007

Paul McCartney 65 anos e o mendigo eletricista

65 anos!
Hoje é o aniversário de um gênio, de um cara admirável, cujas músicas e cuja biografia representam algo difícil de explicar. Chorarei no dia em que ele vier a falecer, é o que ocorreu hoje, coisa que não tenho nenhum pudor em dizer, em detrimento da grande parcela machista e recalcada da sociedade, seu conceito estúpido de hombridade, sua incapacidade de conceber a(s) grandeza(s), e a atitude "democrática" por excelência (quanta ignorância), que é relativizar tudo, tornar tudo tão importante quanto qualquer outra coisa, para combater tudo que tenha valor, qualquer atitude ou personalidade que se sobressaia não por dinheiro ou poder (coisas que qualquer um poderia ter), mas por fatores subjetivos, humanos, únicos.

"Live and Let Die" na minha interpretação fala do rancor vingativo daqueles que matam dentro de si próprios o espírito da juventude, a vontade de viver com beleza e "tesão". Em vez de encarar a vida de coração aberto e sem medo, surpreendendo-se a cada novo dia, sentem o mundo como algo opressor, por trás é claro de muitas fachadas: sadismo, status social, poder, etc. Resignados, presos à rotina, amargos. Uns querem a pena de morte sem ter argumentos. Quase todos ficam felizes que a "Friboi" compra a "Swift" por 1,4 bilhões de dólares e agora vai abater dois bois a cada segundo com descargas elétricas e marretadas, o que vai aumentar em muito o lucro.. Só não falam do custo ambiental disso, que estamos acabando com a água potável e as florestas latino-americanas para saciar a obsessão por hambúrgueres dos norte-americanos, o povo mais obeso do planeta. Não falam que o "lucro" será de meia dúzia de empresarios e especuladores, e não para do "Brasil". Acham normal os palestinos estarem se matando, porque afinal "é só o que eles sabem fazer" mesmo, como se fosse um determinismo biológico. E ninguém se espanta com as calçadas cheias de aleijados que tem a audácia de pedir esmola "pra beber cachaça".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u300530.shtml

Há duas semanas dei roupas a um mendigo bebendo cachaça na esquina de baixo da rua. Ele ficou muito emocionado com as roupas e ainda mais com o fato de alguém ter ficado conversando com ele. No dia anterior tinha sido espancado por um militar, porque estava com calças verdes. O "macho" disse: "agora é proibido usar essas roupas, só militar, seu bêbado imundo". Depois de desferir algumas coturnadas deixou-o na lama. Não deve ter suportado o fato de um pobre coitado estar usando calças que podiam ser as dele. Sentiu-se rebaixado, provavelmente teve o pressentimento de que ele próprio não passava de um verme e decarregou sua raiva sobre um indefeso, a raiva de saber que nunca irá realizar nada mais valoroso do que bater em mendigos e talvez na mulher e nos filhos. Se ele morasse numa cidade grande poderia ser um daqueles que batem na outra torcida quando o time perde.

O "mendigo" era um bom eletricista e não conseguiu mais emprego, perdeu a mulher e começou a beber pra esquecer seus sofrimentos, "cachaça de um real", disse o porteiro do prédio que o conhecia. Quando me despedi o eletricista disse que ia contar pra todos que tinha um amigo. Subi angustiado o elevador, como quem recebe um enorme elogio sem tem feito por merecer. Como vou ficar orgulhoso por ter dado três meras mudas de roupas que nem usava mais pra uma pessoa que está passando fome e frio porque está desempregada, e ninguém quer nem pra cortar o jardim nem pra travar uma conversa? Porque ninguém se espanta mais com essas coisas? Seria o "machão" da estória um "bebê chorão"? Um covarde? Seriam o desprezo pela vida alheia, a violência e o mau humor sintomas de uma caráter covarde? Quanto de covardia exite em cada um de nós?

Bem, pra quem gosta...
Palmas pro nosso Paul que consegue transformar uma encomenda pro 007 nessa maravilha!

Repare que sarro ele dizendo que acha as pipocas do cinema americano melhor que as pipocas dos filmes europeus auhauhauhau.... Ele diz que está assistindo o filme por causa da trilha sonora, que as imagens ficam a segundo plano... E que ele tem que admitir que o filme facilita o trabalho da música, assim como as pipocas auhauhauahauh